quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Casos em Família #01



DOMINGO DE MANHÃ

Sem disposição nenhuma, olhei para o relógio que marcava 8:30 da manhã. Levantei um corpo pesado de preguiça e olhei a piscina do condomínio vazia. Nenhuma criança brincava. Apenas o espelho d'água azul tremia com a força dos ventos de Outubro de 2016.

Onde estava a disposição das pessoas? Todo mundo contaminado!

Minha esposa Aline e minha Filha Sophia já estavam acordadas. Fui ao encontro delas com um grande abraço e um caloroso beijo. Amo muito essas duas mulheres.

— Bom dia princesas! — Soletrei as palavras mecanicamente.

Sophia tem apenas dois anos de idade e o abraço dela é revigorante. Da mamãe também.

Olhei para o semblante das duas e constatei que estavam contaminadas pelo vírus da falta de disposição do domingo pela manhã. 

E agora? Eu tinha que fazer alguma coisa para alegrar o domingo em família. 

Tive uma idéia!

Vou apelar para um ingrediente secreto, um objeto transcendente que uso apenas em situações extremas.

Onde estava, afinal?

Procurei na estante de livros.
Na gaveta da sala de som.

No guarda roupa.
E em vários cantos impensáveis.

Encontrei! Estava na gaveta do Rack da sala.

Empunhei o objeto com as duas mãos contra a luz do sol que entrava pela porta de vidro da sala. Sapequei um caloroso beijo. Sophia e Aline sorriram. Aquele objeto tinha poder.

Abri o objeto e retirei o disco espelhado de dentro da caixa. Mostrei para Sophia. Os olhinhos vidrados revelavam a imaginação infinita de criança elaborando mil coisas.

— “Uau” — Sophia falou alto. Eu e Aline rimos bastante.

Onde ela aprendeu a dizer “uau”?

O dia estava ficando melhor. O objeto tinha poder.

Coloquei o disco espelhado no aparelho de som. Apertei o play. A música iniciou e a Sophia começou a dançar. Rimos todos juntos.

O som da sanfona reverberava as paredes do apartamento, fazendo a manhã de domingo mais feliz. Todos dançávamos acompanhando alguns passos coreografados pela Sophia. Demos as mãos e repetíamos os versos da música de Gonzagão e Fagner.

Nossos passos eram aleatórios, seguindo o estilo pós moderno da coreografia da Sophia.

— O que vamos fazer neste domingo em família? — Perguntei, enquanto dançava e ria.





terça-feira, 28 de junho de 2016

“Quer ir rápido, vá sozinho. Quer ir longe, vá bem acompanhado”

Esse provérbio africano está sendo usado erroneamente no mundo coach, empreendorismo digital, auto ajuda e afins, para motivar conceitos étero-físicos materialistas.

Mas qual a interpretação correta do provérbio?

Perceba que não se trata de uma antítese (argumentos opostos), mas de duas declarações totalmente distintas e complementares.

E qual a declaração correta?

Na verdade, as duas declarações são verdadeiras.

Vou tentar explicar minha divagação...

A vida é totalmente baseada em se ir de um ponto "A" para o ponto "B", não importa o nível, situação ou assunto.

Essa transformação ou percurso de vida está acontecendo nesse momento com absolutamente todas as pessoas, seja esse percurso benéfico ou não.

Pessoas bem sucedidas conseguem criar sozinhas suas transformações positivas.

Mas como?

Com àquele brilho nos olhos, percorrem seu caminho bem sucedido, apesar das adversidades, do ambiente desfavorável, da falta de finanças ou apoio dos familiares e amigos.

Esse tal brilho nos olhos é a motivação, foco, trabalho e visão clara do percurso.

E assim o homem cresce e evolui...

E a medida que vai percorrendo a vida, descobre que no meio há uma fronteira limitante em se "andar sozinho".

O homem com visão do percurso descobre que jamais conseguirá ir longe sem a companhia de alguém.

Mas não quer dizer que o primeiro passo de sua jornada solitária foi uma decisão errada, pelo contrário, sem o ponta pé inicial não conquistaria nada.

Toda grande torre construída um dia foi apenas uma fundação no solo.

Uma pessoa com visão clara descobre  no meio do percurso a necessidade de se unir e delegar suas conquistas à outras pessoas e consequentemente percorrer caminhos "mais longos".

Essa caminhada é semelhante a subir degraus mais elevados, os pavimentos da grande torre.

E tudo começa no mundo das idéias, que se torna manifestado através de uma singela ação individual e que depois se tornará grandioso à medida que se agregam a mais pessoas.

Resumindo: as declarações do provérbio se complementam.

E tudo começa com uma questão simples.

E qual a questão?

"Ser ou não ser, eis a questão"

By Daniel Crispim

terça-feira, 3 de junho de 2014

Beijo Agridoce

Seria lindo! 
Eu te pedi
Você nunca deu

É tarde!
Mas vou retribuir
Suposto presente teu

Aí vai!
Meu beijo agridoce
Que você prometeu







domingo, 11 de agosto de 2013

A FUMAÇA (Assassinato de Alcides)

Escrevi a poesia abaixo em homenagem ao estudante Alcides, um jovem negro, favelado, sem pai, mas criado por sua mãe, uma recicladora batalhadora que lhe incutiu valores e alto estima.

O jovem havia passado em primeiro lugar na faculdade Federal de Medicina de Pernambuco. Quando estava cursando o quarto ano da faculdade, Alcides, que já era bolsista pesquisador, conquistou outra bolsa para se graduar numa conceituada faculdade da Inglaterra. 

Todos admiravam o Jovem Alcides, professores, alunos e jornalistas orgulhavam-se de suas conquistas. Virou símbolo de superação. Sua família, mãe e duas irmãs, via no jovem a saída da condição precária em que viviam.

Mas infelizmente suas conquistas foram interrompidas quando fora assassinado em frente ao barraco onde morava.

CENÁRIO
Um beco escuro da favela

PERSONAGENS:
Narrador 1a.Pessoa: Alcides
Fumaça - Assassina, sinuosa
Arma - 38, municiado
Devaneios - Agonia, sofrimento
A morte - Escuridão, do tempo






A FUMAÇA

Foi soturno, inserido na penumbra cinza, que a sinuosidade de uma fumaça uniu-se à minha sombra

E dela surgiu um sujeito sujo, suarento, com cheiro de sangue, à espreitar-me os passos.

Ansiei uma saída, suspirei para os lados, senti medo e esperei submisso meu sangramento.

A morte aproximou-se, sussurrou meus pertences, sufocou-me sutilmente em rangidos torpes.

Foi num segundo que sucumbi aos sonhos, à saudade familiar e às palavras para safar-me.

Eu não tinha nada...expliquei, supliquei, implorei, humilhei, ajoelhei, chorei, orei, expirei.

Selvagem e sarcástico, sacou a arma municiada. 

Fui sacrificado pelo sabor do anseio da morte. bang bang.

(devaneios de agonia)

O meu sangue é eterno,
mas a eternidade acabou.
A vida,
que vem e que passa,
em sonhos desejados.

A morte é fria,
extensa, forte
e lenta.
A escuridão do tempo
me invade.

CONCURSO IMPROVISO - SANTO ANGELO


Minha participação no Concurso Santo Angelo - Curando seu improviso.

Infelizmente minha câmera não captou o áudio via cabo, isso justifica o Reverb das paredes do quarto. Também não tinha como mixar, as clipagens existiram.

Mesmo não gostando da qualidade final, estou publicando a experiência de um passatempo, que a partir de agora levarei mais a sério. Buscar, tatear e refinar.

RESUMINDO: Foi um passo adiante.

Usei quatro pedais de efeito no timbre dessa guitarra. Primeiro pluguei a guitarra direto no Tube Screamer, um pedal que simula um amplificador valvulado com levíssimo drive. O segundo foi um Phaser. Optei por uma modulação que deixava a "calda/eco" em espiral, meio twister. O terceiro e mais difícil de regular foi o Vibe. O problema é deixa-lo em harmonia com outros efeitos. Ele tem um som meio psicodélico, modulado, difícil de descrever. Complementou o Delay. O quarto e último foi o Delay. Um efeito de eco. Optei por um delay-vintage que degradava o efeito original de entrada. Regulei a altura do eco, alta o suficiente para "ranger"em notas longas.

Tenho um alvo de um dia ter um home studio de alta qualidade, para convidar os amigos a registrarem suas idéias. Mais perto do que longe.

Espero que gostem!


sábado, 11 de maio de 2013

Paul MacCartney em Fortaleza

Para comemorar o show que Sir Paul MacCartney fez em Fortaleza, eu, fã, fiz um vídeo em sua homenagem.

Fiz um overdub com duas guitarras. 

A primeira com um leve efeito de flanger. 
segunda com trêmulo.

Coloquei um autêntico canto de Graúna para substituir o Meuro-Preto que Paul colocou na versão original.